terça-feira, 29 de dezembro de 2015

 O COMEÇO DE TUDO

"No início, nem o início existia". Em tudo procuramos a origem: Do universo, da vida, da humanidade, enfim, de tudo. Com o bairro de Campo Grande não é diferente. Localizado entre o maciço da Pedra Branca e Gericinó, Campo Grande compõem a chamada Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Com uma população atual aproximada em 350 mil habitantes, o bairro possui status de cidade.
Por mais que a população da região esteja acostumada a comemorar o aniversário do bairro no mês de novembro, Campo Grande não tem uma data específica de origem, nem de fundação. As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por Bangu até Cosmos, faziam parte das paragens conhecidas como o "Campo Grande". Segundo documentos oficiais, em 6 de junho de 1569, João de Bastos e Gonçalo D' Aguiar receberam uma doação do monte de Jerissinonga (ou Jerissinon, Gericinó). Assim, possivelmente a partir dessa data, a região do Campo Grande começou a ser habitada, constituindo terras de diferentes sesmarias, até tornar-se bairro. Em 12 de janeiro de 1757, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. Um dos símbolos do bairro atual, a Igreja Nossa Senhora do Desterro, teve sua origem no ano de 1673, nas atuais terras de Bangu, depois transferindo-se para o atual bairro de Campo Grande. Na região, as atividades principais eram o cultivo da cana de açúcar e a criação do gado bovino. Os produtos eram escoados pela Estrada Real de Santa Cruz, que ia até São Cristóvão. Segundo historiadores, foi da antiga fazenda do Mendanha, que foram plantadas as primeiras mudas de café, que mais tarde alavancaram a economia brasileira no século XIX, se expandindo pelo Vale do Paraíba; foi dessa região também, ainda segundo historiadores, que foram retiradas algumas mudas da Mata Atlântica para serem replantadas, dando origem a atual Floresta da Tijuca.
Até meados do século XVIII, a ocupação territorial da região foi lenta, sendo impulsionada a partir da implantação de sistema de transportes, com a inauguração da estação de Campo Grande, em 2 de dezembro de 1878. Já no século XX, Campo Grande ficou conhecido como a "terra da laranja", com os laranjais se alastrando pela Serra do Mendanha até a divisa com o município de Nova Iguaçu, destacando-se homens de negócio, responsáveis pelo movimento da cultura da laranja, fazendo plantações em velhas fazendas e organizando viveiros para a expansão dessa cultura. Devido à falta de mercado após a Segunda Guerra Mundial, além de um tratamento inadequado do solo e de uma certa praga que pairou sobre os laranjais, o chamado período da laranja chegava ao fim. Hoje, apesar de alguns bolsões agrícolas, como Rio da Prata e Mendanha, o bairro possui uma estrutura mais comercial e urbana, adquirida a partir do século XX.

































A presente obra aborda a transformação populacional e econômica do bairro Campo Grande, localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.